05/07/2024 | Por: Notícias ao Minuto
Oex-presidente da República Jair
Bolsonaro (PL) pegará entre 10 e 32 anos de reclusão se for condenado no caso
das joias sauditas, de acordo com a legislação vigente.
Nesta quinta, 4, a PF finalizou o inquérito das joias sauditas e indiciou doze
envolvidos, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF vê indícios de
Bolsonaro e seus aliados 'atuaram para desviar presentes de alto valor
recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente para posteriormente serem
vendidos no exterior'.
O caso foi revelado pelo Estadão em
março de 2023. Para a PF, há indícios de que Bolsonaro e aliados atuaram para
desviar os presentes recebidos em razão do cargo que ocupavam.
A pena mais
rígida é de associação criminosa (art. 288-A, do Código Penal). Quando três ou
mais pessoas se associam para pratica criminosa poderão pegar entre cinco e dez
anos de reclusão e multa.
Caso fique
comprovado que Bolsonaro ocultou ou dissimulou "a natureza, origem,
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou
valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal", poderá
ser condenado entre três e 10 anos. Há ainda previsão de pagamento de multa
para lavagem de dinheiro.
Por fim, o crime de peculato está previsto no artigo 312 do
Código Penal. "Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio", diz a lei. Para o
crime, a pena varia entre dois e 12 anos de reclusão.
Além do ex-chefe
do Executivo, foram indiciados o próprio Wajngarten, o advogado Frederick
Wassef e outros 9 investigados:
- Bento Costa
Lima Leite de Albuquerque Júnior, ex-ministro de Minas e Energia - indiciado
por peculato e associação criminosa;
- José Roberto
Bueno Junior, ex-chefe de gabinete de Bento Costa - indiciado por peculato,
lavagem de dinheiro e associação criminosa;
- Julio Cesar Vieira Gomes, ex-chefe da Receita Federal -
indiciado por peculato, lavagem de dinheiro, crime funcional de advocacia
administrativa perante a administração fazendária;
- Marcelo da
Silva Vieira, capitão de corveta da reserva ex-chefe do setor de documentação
histórica da presidência Rio - peculato e associação criminosa;
- Mauro Cesar
Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator - peculato, lavagem de
dinheiro e associação criminosa;
- Marcos André
dos Santos Soeiro, ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento
Albuquerque - peculato e associação criminosa;
- Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair
Bolsonaro - lavagem de dinheiro e associação criminosa;
- Mauro César
Lourena Cid, general pai de Mauro Cid - lavagem de dinheiro e associação
criminosa;
- Marcelo Costa
Câmara, coronel ex-ajudante de ordens de Bolsonaro - lavagem de dinheiro;
'Conselho jurídico não é crime'
Fabio
Wajngarten, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificou seu
indiciamento pela Polícia Federal no caso das joias sauditas como uma
iniciativa "arbitrária, injusta e persecutória". Enquadrado pelos
crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, ele diz que foi indiciado
"por cumprir a lei". "Conselho jurídico não é crime",
reagiu.
O advogado
postou um longo texto em seu perfil no X endereçando
pesadas críticas à PF e ao delegado que o indiciou, de quem não citou o nome.
"Recorrerei a todas as instâncias da Justiça para conter o abuso de poder
e essa atitude arbitrária de um integrante da PF, que não pode ser confundido com
a corporação como um todo", narrou.
O advogado de
Bolsonaro sustenta que foi indiciado por "defender um cliente".
"Sendo específico: fui indiciado pela razão bizarra de ter
cumprido a Lei! Explico. Minha orientação advocatícia foi a de que os presentes
recebidos pelo ex-presidente da República fossem imediatamente retornadas à
posse do Tribunal de Contas da União, em defesa de qualquer dúvida sobre
questionamentos em relação ao interesse público. E conselho jurídico não é
crime. Minha sugestão foi acolhida e os presentes entregues imediatamente e
integralmente recolhidos ao TCU", narrou.
Wajngarten
afirma que vai recorrer à Ordem dos Advogados do Brasil para "garantir seu
direito constitucional de trabalhar sem intimidações".
"A PF sabe
que não fiz nada a respeito do que ela apura, mas mesmo assim quer me punir
porque faço a defesa permanente e intransigente do ex-presidente Bolsonaro. Se
a intenção é a de me intimidar, não conseguirão", diz.
COM A PALAVRA, FREDERICK WASSEF
Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho a público
reafirmar que não foi Jair Bolsonaro e nem o coronel Cid quem me pediram para
comprar o Rolex. Eu estava em viagem nos Estados Unidos por quase um mês e
apenas pratiquei um único ato, que foi a compra do Rolex com meus próprios
recursos, para devolver ao governo federal. Entreguei espontaneamente à Polícia
Federal todos os documentos que provam isto. Nem eu e nem os demais advogados
do ex-presidente tivemos acesso ao relatório final, o que choca a todos, o
vazamento à imprensa de peças processuais que estão em segredo de justiça.
Estou passando por tudo isto apenas por exercer advocacia em defesa de Jair
Bolsonaro.
Jornalista responsável:
Jornalista Adalmir Ferreira da Silva
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