16/11/2024 | Por: Notícias ao Minuto
(Reprodução)
Na ação
apresentada na sexta-feira ao tribunal federal de Manhattan, as filhas de
Malcolm X alegaram que as agências e forças policiais estavam cientes e
envolvidas na conspiração para assassiná-lo e não impediram o crime.
O advogado
Ben Crump detalhou o processo em uma coletiva de imprensa ao lado da família,
destacando a esperança de que as autoridades federais e municipais reconheçam
"os atos covardes cometidos por seus predecessores" e tentem corrigir
esses erros históricos.
Durante
décadas, surgiram mais perguntas do que respostas sobre os responsáveis pela
morte de Malcolm X, que tinha 39 anos quando foi assassinado em 21 de fevereiro
de 1965, no Audubon Ballroom, na West 165th Street, em Manhattan, enquanto
discursava para centenas de pessoas.
Nascido
Malcolm Little, em Omaha, Nebraska, ele mudou seu nome mais tarde para El-Hajj
Malik El-Shabazz.
Três homens
foram condenados pelo assassinato, mas dois deles foram exonerados em 2021,
após uma nova investigação concluir que havia provas duvidosas e que
informações importantes foram ocultadas pelas autoridades.
De acordo
com a ação judicial, a família afirma que a promotoria suprimiu informações
sobre o envolvimento do governo no crime.
O processo
alega que existiu uma relação "corrupta, ilegal e inconstitucional"
entre as autoridades policiais e os "assassinos cruéis", que
permaneceram sem controle por anos, sendo ativamente protegidos e apoiados por
agentes do governo, o que culminou no assassinato de Malcolm X.
Segundo o
documento, a polícia de Nova York, em coordenação com agências federais,
prendeu os seguranças de Malcolm X dias antes do assassinato e deliberadamente
retirou seus agentes de dentro do salão onde o ativista foi morto.
O processo
também afirma que, enquanto isso, havia agentes federais, incluindo
infiltrados, presentes no local, mas que eles não impediram o crime.
Os advogados
explicaram que o processo não foi instaurado antes porque as informações foram
ocultadas da família, incluindo a identidade de "informantes, agentes e
provocadores" disfarçados e o que eles sabiam sobre o planejamento do
ataque.
Betty
Shabazz, esposa de Malcolm X, e sua família sofreram durante décadas com a
falta de respostas, afirma o processo.
"Não
sabiam quem assassinou Malcolm X, por que ele foi morto, o grau de envolvimento
da polícia de Nova York, do FBI e da CIA, ou a identidade dos agentes do
governo que conspiraram para garantir sua morte e encobriram seu papel",
diz o texto.
"O dano
causado à família Shabazz é inimaginável, imenso e irreparável", conclui a
família, que já havia anunciado sua intenção de processar as agências
governamentais e as forças policiais no início do ano passado.
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Jornalista Adalmir Ferreira da Silva
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