25/10/2024 | Por: Notícias ao Minuto
(Reprodução)
O governador
do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (foto), disse, nesta quinta-feira (24), que
criminosos atiraram intencionalmente contra motoristas e passageiros na Avenida
Brasil, depois de uma operação da Polícia Militar no chamado Complexo de
Israel, na Zona Norte. A ação teria sido uma estratégia para atrapalhar a
movimentação da Polícia Militar na comunidade. Até agora, foram confirmadas
três mortes e duas pessoas feridas.
“A
inteligência disse que chegamos muito perto do líder da facção. E, para
dissipar a polícia, eles resolveram atirar nas pessoas deliberadamente. Como a
principal missão da PM é defender as pessoas, tomamos a decisão de recuar
naquele momento”, explicou em entrevista.
Ele
acrescentou que “essas pessoas não foram vitimadas ou feridas em uma troca de
tiros ou confrontos com a polícia. Elas foram assassinadas pelo tráfico de
drogas. A polícia estava de um lado e a ordem foi atirar nas pessoas que
estavam do outro lado”.
O
objetivo declarado da operação policial era combater roubo de veículo e de
cargas, além de atender a uma solicitação de empresa telefônica que teve sinal
cortado na região.
Sobre
o papel da inteligência no planejamento e na operação, Castro disse que a
polícia “sabia o que estava fazendo”, mas que a reação do tráfico foi
“desproporcional” comparação a outras 15 operações no mesmo local.
O
governador do Rio também responsabilizou o governo federal por permitir que
armamentos e drogas entrem no estado por meio de portos, aeroportos e estradas
federais.
“Não é
mais possível que o estado do Rio de Janeiro apreenda só este ano 540 fuzis. Só
na minha gestão são 1.770 fuzis. Cinquenta e cinco toneladas de drogas só este
ano. Estamos falando aqui de tráfico internacional de armas e de drogas.
Lavagem de dinheiro. Isso é competência federal e precisamos da escuta do
governo federal para que o nosso trabalho tenha efetividade”, observou.
A
Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) disse, em nota, que as mortes ocorreram
depois de uma “tragédia produzida pela incompetência estatal”. O governador é
questionado pela “operação sem o devido planejamento, que afeta negativamente a
população de diversas localidades”.
A
CDDHC afirmou, ainda, que o saldo da operação policial apresenta a prisão de
apenas uma pessoa e a apreensão de duas granadas. Enquanto isso, três pessoas
foram mortas, duas ficaram feridos, ruas foram fechadas, linhas de trem
interrompidas e o “direito de ir e vir de milhares de cidadãos [foi]
prejudicado”.
A CDDHC
questiona o emprego de recursos públicos em “operações fadadas ao fracasso” e a
“insistência do governo estadual em manter essa lógica belicista”.
Jornalista responsável:
Jornalista Adalmir Ferreira da Silva
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