18/10/2024 | Por: Secretaria de Comunicação Social
(Secretaria de Comunicação Soci)
Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) anunciou
investimentos de R$ 3,1 bilhões em uma série de medidas para impulsionar a
ciência, tecnologia e inovação no país. A solenidade, com participação da
Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC), ocorreu nesta quarta-feira, 16 de outubro, no auditório
da ABC, no centro do Rio de Janeiro.
Foram lançados cinco novos editais voltados ao desenvolvimento
científico regional e nacional. Os recursos serão distribuídos via Chamada
Universal 2024, aumento das Bolsas de Produtividade, Programa Institutos Nacionais
de Ciência e Tecnologia (INCTs), Pró-infra Desenvolvimento Regional e edital da
Finep voltado para Parques Tecnológicos. Os investimentos oferecem
oportunidades para pesquisadores de todo o país, com foco especial nas regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e buscam fortalecer a inovação, formar redes de
colaboração e enfrentar desafios estratégicos.
“Reafirmamos o compromisso do nosso governo com o diálogo e o
olhar para todas as regiões do país”, defendeu Luciana Santos, ministra da
Ciência, Tecnologia e Inovação. “Ciência e Tecnologia são temas transversais
dentro do Governo Federal e temos atuado em conjunto com os estados, com as
secretarias e Fundações de Amparo à Pesquisa. E não poderia deixar de dizer que
a ABC e a SBPC têm sido grandes parceiras e, por toda a sintonia e trabalho
coletivo, tínhamos que anunciar essas iniciativas aqui, juntos”, enfatizou a
titular da pasta.
INCENTIVOS — Os esforços marcam um novo
capítulo no incentivo à ciência e à inovação no Brasil, consolidando a missão
do Governo Federal em promover a produção de conhecimento e inovação com
impacto significativo em diversas áreas, desde o setor produtivo até a formação
de novos talentos.
De acordo com a ministra, as chamadas vão melhorar a
infraestrutura de pesquisa do país para a redução de assimetrias regionais.
“Além de fortalecer pesquisadores e instituições que têm mantido o Brasil como
um importante produtor de conhecimento no mundo, vão colaborar para buscar as
soluções que o nosso país e seu povo precisam”, afirmou Luciana Santos.
Para o secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes Rebelo, as
ações só foram possíveis devido à recomposição do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “O FNDCT e o Ministério têm
por missão promover ações convergentes e sinérgicas por atores públicos e
privados para a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico nacional.
Mas é importante ressaltar que o foco principal dos investimentos
não-reembolsáveis é no sistema público”, disse.
Já o presidente da Finep, Celso Pansera, pontuou que os
editais lançados nesta quarta-feira são um marco para a ciência nacional.
“Estamos chegando ao meio da gestão do governo do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e estamos arrumando a casa. Agora, damos uma virada de chave importante
com os INCTs e as Chamadas Universais. Isso traz uma vitalidade nova para a
comunidade científica e que só é possível por causa de um FNDCT robusto”,
complementou.
Anfitriã e presidente da Academia Brasileira de Ciências
(ABC), Helena Nader reafirmou a importância do evento e destacou que é preciso
continuar lutando para que a ciência, tecnologia e inovação não entre no
arcabouço fiscal. “Nós temos que mostrar que sem ciência nós não temos uma
sociedade justa. Ciência e tecnologia não é gasto, é investimento”, concluiu.
EXPANSÃO DE INSTITUTOS — O Programa
Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), voltado a promover a
formação de redes multi-institucionais e interdisciplinares dedicadas à
investigação científica em temáticas estratégicas e enfrentamento a grandes
desafios nacionais, recebe até 9 de dezembro propostas de criação de
institutos. A nova chamada pública quadruplica o valor investido em comparação
com a edição de 2022, chegando a R$ 1,5 bilhão.
Nesta edição, o valor máximo por projeto foi duplicado para
até R$ 15 milhões, o que possibilita maior capacidade de financiamento para
projetos de alto impacto. Assim como na Chamada Universal, 30% dos recursos
serão destinados a propostas de instituições localizadas nas regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste.
REDE FORTALECIDA — A Chamada Pública
MCTI/FINEP/FNDCT - Pró-Infra Desenvolvimento Regional destinará até R$ 600
milhões para o fortalecimento da infraestrutura de pesquisa nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste.
A ação busca reduzir a assimetria nacional, no ambiente de
inovação, pelo incentivo à formação, desenvolvimento e fixação de recursos
humanos nas regiões objeto da chamada, promovendo a implantação de
infraestrutura de pesquisa e criação de redes colaborativas de P&D.
A chamada compreende duas etapas: uma, de execução tradicional
Finep, de R$ 300 milhões de recursos não-reembolsáveis do FNDCT, e outra, no
mesmo valor, a ser executada em parceria com os estados.
A primeira se dará por ampla concorrência, compreendendo todas
as propostas recebidas e classificadas de acordo com a avaliação de mérito,
independentemente da região geográfica das ICTs Executoras. Mas as propostas
deverão contemplar, pelo menos, um projeto por estado das regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, desde que considerado meritório pelos critérios do
Edital.
Na segunda etapa, o ranqueamento será feito por estado,
obedecendo a seguinte regra: projetos dos estados da Região Norte receberão
aportes da Finep e das FAPs na proporção 4:1 — R$ 4,00 da Finep para cada real
do estado, e 3:1 — R$ 3,00 da Finep para cada real do estado, nas regiões
Nordeste e Centro-Oeste. Os recursos não utilizados serão disponibilizados para
projetos aprovados da mesma região.
AUMENTO DE BOLSAS — O CNPq ampliou em cerca de
50% o orçamento destinado às Bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ),
Produtividade em Pesquisa Sênior (PQ-Sr) e Desenvolvimento Tecnológico e
Extensão Inovadora (DT). Este ano, pela primeira vez, o edital unifica as três
categorias, com submissões abertas até 30 de dezembro. O total do investimento
será de R$ 466,7 milhões, aumento de aproximadamente R$ 160 milhões em
comparação com o ano passado.
Entre
as principais mudanças está a unificação dos editais das bolsas PQ, PQ-Sr e DT,
além da atualização na nomenclatura dos níveis, que agora variam de
"A" a "C", substituindo a antiga escala que ia de
"A" a "E", conforme a Resolução Normativa 12/2024 do CNPq.
REQUISITOS — Para concorrer às Linhas 1
(DT) e 2 (PQ), os candidatos precisam ter obtido o título de doutor até 2022 e
não podem possuir bolsas PQ, PQ-Sr ou DT com vigência que ultrapasse o ano de
2025.
Já os candidatos à Linha 3 (PQ-Sr) devem atender a critérios
mais específicos, como ter sido bolsista PQ ou DT no nível B (antigos 1C e 1D)
por pelo menos 20 anos, consecutivos ou não, ou ter sido bolsista no nível A
(antigos 1A e 1B) por pelo menos 15 anos, continuando ativo em pesquisa
científica ou tecnológica.
FINANCIAMENTO E DURAÇÃO — As instituições que
executarão os projetos precisam estar cadastradas no Diretório de Instituições
do CNPq e podem incluir universidades, institutos de pesquisa, empresas
privadas, públicas ou organizações sem fins lucrativos sediadas no Brasil,
conforme os termos do edital.
As propostas aprovadas na Linha 1 receberão recursos estimados
em R$ 23,7 milhões, enquanto as Linhas 2 e 3 contarão com R$ 442,9 milhões,
provenientes do orçamento do CNPq e distribuídos conforme a disponibilidade.
As vigências das bolsas também sofreram ajustes. As bolsas, que
antes terminavam em fevereiro e começavam em março, agora passam a terminar em
julho e começar em agosto de cada ano. As novas bolsas terão início em 1º de
agosto de 2025, e todas as bolsas que expirariam em fevereiro de 2025 foram
prorrogadas até 31 de julho de 2025.
A duração das bolsas agora varia conforme o nível:
PQ/DT - Nível A: 5 anos
PQ/DT - Nível B: 4 anos
PQ/DT - Nível C: 3 anos
PQ-Sr: 5 anos (mantida)
CHAMADA UNIVERSAL — Voltado para pesquisadores
de todas as áreas do conhecimento, as propostas para a Chamada Universal podem
ser submetidas até o dia 10 de dezembro de 2024. Por meio de uma de suas mais
tradicionais chamadas, o CNPq contará com um orçamento de aproximadamente R$
450 milhões, um aumento significativo em relação à edição anterior, cerca de
50% a mais, graças ao aporte de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (FNDCT).
A Chamada Universal é dividida em duas faixas de
financiamento:
Faixa A - destinada a grupos emergentes, com projetos de até
R$ 200 mil, 20% a mais que na última edição. Serão investidos cerca de R$ 120
milhões nessa categoria.
Faixa B - voltada para grupos consolidados, com projetos de até R$ 300 mil, um
aumento de 9% em comparação ao edital anterior. O investimento total nesta
faixa será de cerca de R$ 180 milhões.
Além disso, pelo menos 30% dos recursos serão destinados a
projetos em instituições localizadas nas regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste, com redistribuição possível para outras regiões caso não haja
propostas qualificadas suficientes nessas áreas.
INVESTIMENTOS REGIONAIS EM PARQUES — A
Finep também lança a chamada pública voltada para Parques Tecnológicos,
intitulada MCTI/Finep/FNDCT-Verde Amarelo/Parques Tecnológicos–01/2024, que
investirá R$ 100 milhões em recursos não-reembolsáveis do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Serão contemplados os seguine
estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso,
Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins, que estiveram fora da chamada
anterior.
Este
edital é voltado principalmente para projetos de implantação e operação de
Parques Tecnológicos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, buscando
corrigir as assimetrias existentes no país em termos de ambientes de inovação.
Os valores por proposta poderão variar de R$ 4 milhões a R$ 10 milhões, e serão
observados critérios como a contribuição para o desenvolvimento local, a
vinculação ao Plano de Inovação da região e parcerias com universidades,
empresas e outros hubs de inovação. A chamada anterior, de 2021, já investiu R$
179 milhões e contemplou 29 projetos, sendo 14 parques em operação e 15 em fase
de implantação.
O
prazo de recebimento de propostas da edição 2024 se encerra em 16 de dezembro
deste ano.
Jornalista responsável:
Jornalista Adalmir Ferreira da Silva
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