04/09/2024 | Por: O estado de São Paulo
Há a expectativa de o tempo ficar mais seco nas próximas semanas, deixando o cenário ainda mais favorável para queimadas
O governo federal
vê risco de a seca que atinge a Amazônia baixar o nível dos rios a ponto de
isolar Manaus do ponto de vista logístico - ou seja, deixar impossível o
transporte de mercadorias por via fluvial até a capital do Amazonas, de 2,3 milhões
de habitantes. A situação foi discutida entre técnicos ontem no Palácio do
Planalto. Segundo apurou o Broadcast Político, serviço de informação online do Grupo Estado,
foi apresentada uma projeção de que esse nível pode ser atingido dentro de 22
dias.
A principal preocupação é com a
estocagem de combustíveis - outros itens essenciais, mas menos volumosos, como
remédios, poderiam ser transportados de avião em caso de emergência. Uma
possibilidade seria levar combustíveis até Itacoatiara (AM), que fica mais
próxima da foz do Amazonas que Manaus e tem acesso à capital do Estado por via
terrestre. O trajeto do mar até a cidade pelo rio teria menos chances de ficar
comprometido do que até a capital.
Piratas
O governo ainda se preocupa com a atividade de piratas na
região. Um aumento no movimento de cargas no local poderia ser um chamariz para
os criminosos. Esse foi um dos motivos de a Polícia Federal estar representada
na reunião técnica desta segunda-feira, na Casa Civil, que também teve a
participação do Ibama e outros órgãos.
Além disso, foi discutida a situação de navegabilidade de
outros rios amazônicos, como o Madeira. O nível da água em alguns locais está
tão baixo que, na avaliação de fontes ouvidas pela reportagem, nem dragagens
seriam suficientes para normalizar o tráfego.
O Rio Solimões, por exemplo,
chegou na sexta-feira, 30, ao menor nível da história no trecho que passa pela
cidade de Tabatinga, no Amazonas, de acordo com relatório divulgado pelo
Serviço Geológico Brasileiro (SGB). O órgão nunca havia registrado uma cota tão
baixa neste mês. O relatório do SGB também aponta situação preocupante nos Rios
Amazonas e Negro.
Atualmente, o problema ambiental que mais mobiliza as
principais autoridades do Palácio do Planalto são os incêndios na Amazônia, no
Pantanal, em São Paulo e outros lugares. Havia a expectativa de o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva reunir governadores na semana passada para discutir o
assunto. Mas não havia sido fechada uma proposta federal para apresentar aos
chefes de governo estadual. Há a expectativa de o tempo ficar mais seco nas
próximas semanas, deixando o cenário ainda mais favorável para queimadas.
Jornalista responsável:
Jornalista Adalmir Ferreira da Silva
Registro nº 0042497/RJ
Diretora Executiva:
Joana D’arc Malerbe
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