12/08/2024 | Por: Agência Brasil
o Caged traz dados apenas de emprego com carteira assinada. (Foto divulgação internet)
A taxa de desemprego no trimestre encerrado em junho caiu para
6,9%, esse é o menor resultado para um trimestre desde o terminado em janeiro
de 2015, quando também marcou 6,9%. Observando apenas o período de três meses
que vai até junho, é o menor resultado já registrado, se igualando a 2014. Os
dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
No trimestre
móvel anterior, fechado em março, a taxa de desemprego estava em 7,9%. Já no
segundo trimestre de 2023, o índice era de 8%. A marca atingida em junho é
menos da metade do pico da série histórica do IBGE, em março de 2021, quando a
taxa alcançou 14,9%. À época, era o auge da pandemia de covid-19. A série se
inicia em 2012. O resultado mais baixo já registrado é de 6,3% em dezembro de
2013.
No trimestre
encerrado em junho, o número de pessoas que procuravam trabalho ficou em 7,5
milhões – o menor desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. Isso
representa queda de 12,5% no trimestre. Já em relação ao mesmo período do ano
passado, a redução foi de 12,8%.
A população
ocupada renovou mais um recorde, atingindo 101,8 milhões de pessoas. Esse
contingente é 1,6% maior que o do trimestre anterior e 3% superior ao do mesmo
período do ano passado.
A coordenadora
de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, apontou que as três
atividades com alta da ocupação foram o comércio, a administração pública e as
atividades de informação e comunicação.
A pesquisadora
explicou que o comportamento do nível de emprego é reflexo de melhora do quadro
geral das atividades econômicas e do crescimento da renda e da população.
Segundo ela, empresas e instituições vivenciam esse aquecimento econômico e
fazem com que mais trabalho seja demandado para a produção de bens e serviços.
"É um
mercado de trabalho que vem respondendo satisfatoriamente à melhoria do quadro
macroeconômico, seja com crescimento do contingente de ocupados, como também a
aspectos relacionados a melhor qualidade, mais emprego com carteira e tendência
do crescimento do rendimento médio dos trabalhadores", afirmou.
Ela acrescenta
que os resultados não podem ser mais atribuídos unicamente à recuperação
pós-pandemia. "Agora, em 2024, a gente tem o mercado de trabalho que tem
respostas não apenas a um processo pós-pandemia, mas também do funcionamento da
atividade econômica, em um cenário mais relacionado a medidas macroeconômicas,
que acabam favorecendo a absorção dos trabalhadores".
O número de
empregados no setor privado também foi o máximo já registrado, 52,2 milhões,
impulsionado por novos recordes do total de trabalhadores com carteira assinada
(38,4 milhões) e sem carteira (13,8 milhões).
"O emprego
com carteira no setor privado não está deixando de crescer em função do aumento
do sem carteira. Há expansão simultânea de formalizados e não
formalizados", ressalta Adriana Beringuy.
"A
população formal vem crescendo em ritmo maior que a informal. Entre o primeiro
e o segundo trimestres, os informais cresceram 1%; e os formais, 2%”, emenda.
A taxa de
informalidade, que inclui empregados sem carteira assinada, empregadores sem
CNPJ e trabalhador familiar auxiliar ficou em 38,6% do total de ocupados,
contra 38,9 % no trimestre encerrado em março e 39,2 % no mesmo trimestre de
2023.
A Pnad mostra
também o maior nível já registrado de trabalhadores que contribuíram para a
previdência. Foram cerca de 66,4 milhões de pessoas, patamar que responde por
65,2% da população ocupada. Apesar do recorde em termos absolutos, a proporção
de contribuintes fica ainda abaixo do ponto máximo da série, que foi 66,5% no
segundo trimestre de 2020.
Adriana
Beringuy explica que esse descasamento acontece porque, no processo de expansão
do número de trabalhadores, há uma parcela de ocupados sem carteira assinada.
"Esse emprego sem carteira, normalmente, não tem associação com a
contribuição previdenciária", explicou.
A população
desalentada, ou seja, aquela que desistiu de procurar emprego por pensar que
não encontrará, recuou para 3,3 milhões no trimestre encerrado em junho. Isso
representa uma redução de 9,6% no trimestre. É também o menor contingente desde
o trimestre encerrado em junho de 2016 (3,2 milhões).
No trimestre
encerrado em junho, o rendimento médio do trabalhador foi de R$ 3.214, com alta
de 1,8% no trimestre e de 5,8% na comparação anual. É também o maior desde o
período de três meses encerrado em setembro de 2020.
Com mais gente
ocupada e aumento do rendimento médio, o Brasil teve no segundo trimestre de
2024 recorde da massa de rendimentos, que chegou a R$ 322,6 bilhões. Esse é o
total de dinheiro que os trabalhadores recebem para movimentar a economia com
consumo e poupança.
A pesquisa do
IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou
mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja emprego com ou sem
carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. São visitados
211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.
A divulgação do
IBGE acontece um dia depois de serem conhecidos os dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Novo Caged), compilado pelo Ministério do Trabalho
e Emprego. Diferentemente da Pnad, o Caged traz dados apenas de emprego com
carteira assinada.
O Brasil fechou
o mês de junho com saldo positivo de 201.705 empregos, o que representa
expansão de 29,5% ante o mesmo mês do ano passado. O resultado decorreu de
2.071.649 admissões e de 1.869.944 desligamentos.
No acumulado do
ano até junho, o saldo é de 1,3 milhão de vagas e, nos últimos 12 meses, 1,7
milhão.
Jornalista responsável:
Jornalista Adalmir Ferreira da Silva
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