29/07/2024 | Por: O Dia on Line
Assessor especial da presidência, Celso Amorim e o presidente Lula (Agência Brasil)
Em meio a crise pós-eleitoral que se
avizinha na Venezuela, com a ditadura de Nicolás Maduro declarando vitória nas eleições presidenciais neste
domingo, 28, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi na contramão
dos demais países sul-americanos e até o início da manhã desta
segunda-feira, 29, não se posicionou sobre a controvertida declaração do líder
chavista como vencedor da disputa.
Desde o fechamento das urnas, há indícios
de fraude eleitoral no país vizinho. A oposição diz não ter tido acesso a 70%
das atas eleitorais do país. As sessões ficaram abertas até depois do horário
em áreas predominantemente chavistas e, em áreas opositoras, houve relatos de
intimidação e criação de empecilhos para votar.
Enviado a Caracas
para ser os olhos de Lula na votação, o assessor de assuntos internacionais do
Planalto, Celso Amorim, divulgou no começo da noite de domingo uma nota na qual
afirmou que ia aguardar o posicionamento dos observadores internacionais
autorizados pelo chavismo a operar na Venezuela e disse que os dois lados
deveriam respeitar o resultado da eleição. Além disso, Amorim disse também que
era necessário esperar o fim da votação, já que ainda havia sessões abertas.
A posição do
governo é praticamente única na região. Dos vizinhos sul-americanos, apenas a
Bolívia, a Guiana e o Suriname não demonstraram preocupação com a demora na
apuração e as suspeitas em torno da votação. Até governos de esquerda como o de
Gabriel Boric no Chile, e o de Gustavo Petro na Colômbia, fizeram cobranças
mais duras que as do Brasil contra Maduro.
Com a volta do
PT ao governo em 2023, as relações entre Brasil e Venezuela foram retomadas.
Nos anos de Jair Bolsonaro, o Itamaraty de Ernesto Araújo reconheceu o governo
de Juan Guaidó como representante legítimo da Venezuela e rompeu completamente
relações com o chavismo.
Sob Mauro Vieira e
Celso Amorim, a diplomacia brasileira trabalhou para reconstruir pontes com
Maduro e restabelecer relações bilaterais, com o argumento de que empresas
brasileiras tinham dívidas de cerca de US$ 1,27 bilhão com a ditadura chavista.
O Brasil enviou a Caracas a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira e recebeu em
Brasília o embaixador Manuel Vadell.
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