15/06/2024 | Por: Agência Brasil
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse
nesta sexta-feira (14) que o governo não apoia o Projeto de Lei 1.904/2024, que
equipara aborto ao homicídio simples, quando cometido após a 22ª semana de
gestação. A proposta tramita na Câmara dos Deputados, onde a urgência para análise foi aprovada na
última quarta-feira (12).
“Não contem com o governo
para qualquer mudança na legislação atual de aborto no país”, disse Padilha, em
vídeo divulgado nas redes sociais.
“Ainda mais um projeto que
estabelece uma pena para a mulher e para a menina que foi estuprada, que muitas
vezes é estuprada sem nem saber o que é aquilo, que descobre tardiamente que
ficou grávida porque nem sabe o que é a gravidez ou tem que esconder do
estuprador, que às vezes é um parente que está na própria casa”,
completou.
O projeto também prevê que
meninas e mulheres que fizerem o procedimento após 22 semanas de gestação,
inclusive quando forem vítimas de estupro, terão penas de seis a 20 anos de
reclusão. A punição é maior do que a prevista para quem comete crime de estupro
de vulnerável (de oito a 15 anos de reclusão).
“Não contem com o governo
para ser favorável a um projeto que estabelece uma pena para menina e para a
mulher estuprada que pode ser até duas vezes maior que para o
estuprador”, reforçou o ministro.
Atualmente, o aborto é
permitido no Brasil apenas em casos de gravidez ocasionada por estupro, se a
gravidez representa risco à vida da mulher e em caso de anencefalia do feto. A
legislação brasileira não prevê um limite máximo para interromper a gravidez de
forma legal.
A ministra do Meio
Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse que, apesar de ser contra o
aborto, considera o tema complexo e muito delicado na sociedade
brasileira.
“Eu pessoalmente sou
contra o aborto, mas acho que é uma atitude altamente desrespeitosa, desumana
com as mulheres, achar que o estuprador deve ter uma pena menor do que a mulher
que foi estuprada e que não teve condição de ter acesso dentro do tempo para
fazer o uso da lei que lhe assegura o direito ao aborto legal”, disse a
ministra em entrevista à imprensa.
Edição: Aline Leal
Jornalista responsável:
Jornalista Adalmir Ferreira da Silva
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