17/01/2025 | Por: O Dia On Line
Bolsonaro se irritou com a negativa e afirmou não estar indo para uma festa de batizado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agênc)
O ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou nesta sexta-feira, 17,
o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro e manteve a apreensão do passaporte
do ex-chefe do Executivo, que queria comparecer à posse de Donald Trump nos
Estados Unidos. O relator do inquérito do golpe foi categórico: "Mantenho
a decisão que indeferiu os pedidos formulados (por Bolsonaro) por seus próprios
fundamentos".
No breve
despacho, Moraes pediu uma nova manifestação da Procuradoria-Geral da República
sobre o caso, em até cinco dias. Antes, o órgão não viu "interesse
público" que justificasse a flexibilização da restrição imposta ao
ex-chefe do Executivo, indiciado por crime de golpe de Estado. O chefe do
Ministério Público Federal Paulo Gonet destacou como a viagem pretendia
"satisfazer interesse privado" de Bolsonaro, o que não é
"imprescindível".
Seguindo o
parecer, Moraes negou nesta quinta, 16, o pedido do ex-presidente ressaltando
que há possibilidade de "tentativa de evasão" de Bolsonaro "para
se furtar à aplicação da lei penal". Moraes destacou inclusive que
Bolsonaro vem defendendo a fuga do Pais e o asilo no exterior para os diversos
condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Bolsonaro se
irritou com a negativa. "Não estou indo para uma festa de batizado, da
filha ou da neta de ninguém. É um evento de posse da maior democracia do
mundo", disse.
Foi então que a
defesa resolveu insistir no pedido. Os advogados do ex-presidente argumentaram
que ele tem respeitado as restrições que lhe foram impostas na Operação Tempus
Veritatis. Alegaram que "nada indica que a pontual devolução do
passaporte, por período delimitado e justificado, possa colocar em risco"
tal situação.
O pedido não compadeceu Moraes, que negou, mais uma vez,
liberar o passaporte de Bolsonaro. No despacho assinado nesta sexta, 15, o
magistrado também não citou o pedido do ex-presidente para que o caso passasse
pelo crivo do Plenário do STF.
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