28/12/2024 | Por: G1
Prefeitura M. de Saquarema RJ (Foto: Divulgação)
O Ministério Público do Estado do
Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou à Justiça dois procuradores de Saquarema,
na Região dos Lagos do Rio, pelos crimes de peculato-desvio e falsidade
ideológica.
De acordo com o Grupo de Atuação
Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), houve desvio de R$ 116 mil
para pagar horas extras fictícias. Segundo o órgão, foram 623 horas extras
nunca trabalhadas, entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, em favor do
procurador Antônio Francisco.
Ainda segundo o órgão, o esquema
ocorreu com anuência do então procurador-geral do município, Claudius Valerius,
"que assinava e autorizava os documentos fraudulentos".
Ao g1, a Procuradoria Geral da Prefeitura
de Saquarema negou a ilegalidade e afirmou que as horas extras foram pagas
quando o servidor citado trabalhou de casa, com aumento da carga horária,
devido à maior demanda em virtude da pandemia da Covid-19. Veja a nota, na
íntegra, no final da reportagem.
O Gaeco aponta que o desvio de R$
116.043,92 dos cofres públicos ocorreu "por meio da inserção de
informações falsas em folhas de ponto". Ainda segundo o órgão, Antônio
Francisco "era o único servidor da Procuradoria a receber horas extras".
"A fraude foi comprovada por
meio de contracheques e documentos públicos, que demonstraram não haver
controle de ponto efetivo para os procuradores municipais", disse o MPRJ.
Ainda segundo a denúncia do
GAECO/MPRJ, Antônio Francisco é cunhado da atual prefeita de Saquarema, Manoela
Peres, e teve sua nomeação para o cargo de Procurador-Geral do Município
cassada em 20 de novembro de 2019. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)
determinou seu afastamento, após constatar a prática de nepotismo cruzado.
A denúncia dos crimes de
peculato-desvio e falsidade ideológica tramita na 2ª Vara da Comarca de
Saquarema.
Nota dos citados
Veja nota, na íntegra, enviada
ao g1 pela Procuradoria Geral de Saquarema:
"A Procuradoria Geral de
Saquarema informa que a iniciativa para pagamento de hora extra foi concedida
no período de impacto da pandemia do coronavírus, por conta do aumento da
demanda e dificuldade de presença de servidores de grupos de risco na prefeitura.
O que tornou necessário o aumento da carga horária do servidor, que é morador
da cidade.
A Procuradoria esclarece ainda
que os pagamentos realizados são permitidos por lei e somente foram pagos ao
servidor quando foi excedida sua jornada de trabalho, jamais tendo sido
descumprida qualquer norma legal.
A PGM esclarece que agiu de forma
legal e que todos os esclarecimentos serão feitos ao Poder Judiciário. É
importante ressaltar ainda que o processo corre em segredo de justiça".
Jornalista responsável:
Jornalista Adalmir Ferreira da Silva
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Diretora Executiva:
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